Batalha do Morritz é uma ferramenta social de promoção da identidade periférica e do pertencimento coletivo em Taboão da Serra
organização do evento acontece sem cerimônias enquanto os moradores conversam sentados nos bancos da praça. As crianças correm, pulam e escorregam pela rampa de skate enfeitada com um grafite de um jovem que se parece muito com os que colam na batalha todo domingo.
Um grupo de crianças se balançam agarradas as folhas secas dos coqueiros que circundam a pracinha do Saint Morrits, em Taboão da Serra.
Do outro lado da rua, na adega cheia de gente, os amigos conversam, riem alto, bebem e ouvem música. É domingo na quebrada.
Pouco a pouco os mcs chegam e se concentram ao redor das duas organizadores que como maestrinas conduzem os gritos, os beats, as rimas. Todos atentos as regras do jogo. “Quem não gostar da rima é palmas e máximo respeito, hein família” – grita Andy enquanto todos aplaudem e concordam com a cabeça.
Dentro da batalha o esforço de cada Mc é validado, hip hop é respeito. E assim pouco a pouco os 16 que estiveram ali em busca de uma vaga no regional duelaram expuseram seus argumentos rápidos, precisos, efervescente.
A juventude de Taboão da Serra precisa ser ouvida. As batalhas como a do Morritz promove um espaço de diálgo, de troca, de encontro com os pares. É um lugar de manifestação cultural dessa periferia viva e que ocupa o espaço publico pra simplesmente falar. O parlamento do povo é a rua!
A identidade de um povo se constrói por meio da propagação das suas histórias. A batalha que acontece todo domingo a partir das 16h promove a valorização de se reconhecer enquanto um ‘sujeito periférico’ e sobre sua missão para a comunidade onde vive e para a sociedade como um todo