Análise do Banco Central aponta impacto das Bets sobre beneficiários do Bolsa Família e sinaliza crescente dependência entre brasileiros
A análise divulgada pelo Banco Central sobre o mercado de apostas online no Brasil revelou um panorama preocupante, especialmente em relação aos impactos sociais e econômicos desse setor. Em agosto de 2024, os brasileiros gastaram R$ 20,8 bilhões em plataformas de apostas, com 24 milhões de pessoas participando de apostas e do Jogo do Tigrinho. Um dado alarmante é que, em setembro, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família destinaram R$ 3 bilhões para essas apostas.
O perfil dos apostadores mostra que a maioria é formada por jovens de 20 a 30 anos, que apostam, em média, R$ 100 por mês. No entanto, o levantamento aponta que o valor das apostas aumenta com a idade, com pessoas mais velhas investindo mais de R$ 3.000 por mês.
Diante desse cenário, o governo federal, sob a liderança do ministro da Fazenda Fernando Haddad, está buscando regulamentar o setor. Haddad destacou a existência de uma “pandemia” de dependência dos jogos eletrônicos e defendeu a adoção de regras mais rigorosas para a publicidade das casas de apostas e o bloqueio do uso de cartões de crédito nas plataformas. A principal preocupação é o impacto econômico sobre as populações mais vulneráveis e o risco de vício, que pode agravar a situação financeira de milhões de brasileiros.