Governo recua e promete reabrir editais de fomento após pressão de integrantes do movimento cultural de Taboão da Serra
O caos que se instalou no setor cultural em Taboão da Serra nos últimos dias ganha uma nova página, agora de forma favorável para o movimento. Após a revogação dos editais 1 e 2 da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) pela Secretaria de Cultura, uma parte dos representantes do movimento cultural foi procurada para se encontrar com o prefeito Aprígio e autoridades do Governo, A reunião foi realizada na tarde desta quinta-feira, 26.
Nesta semana, o movimento cultural divulgou o chamamento de uma manifestação intitulada “Cortejo Fúnebre” em respostas à revogação dos editais impostas pela pasta da cultura . A concentração aconteceria em frente à Prefeitura da cidade e seguiria até as imediações do Parque das Hortênsias, no Jardim Santa Rosa, onde seria encerrada com um ato simbólico de velório e cremação pela “morte da cultura” na cidade. Após a negociação com o executivo, a mobilização foi cancelada.

Os organizadores da manifestação cancelaram o evento, pois, segundo eles, a negociação com o governo foi positiva para o setor. Após o encontro, as autoridades se comprometeram a reabrir os editais com os erros apontados pelos fazedores de cultura corrigidos em tempo recorde. Os participantes da reunião se dispuseram a montar uma força tarefa para auxiliar nessa correção, para que os recursos sejam liberados quanto antes para os artistas e produtores que se inscreveram e aguardam pela resolução da situação.
Apesar do resultado considerado positivo pelo grupo que dialogou com o governo, a atitude desagradou outra parte do setor que alega que o encontro com o majoritário não foi amplamente divulgado entre os que militam pelo tema, classificando a ação dos “amigos” como uma ação pessoal e política-eleitoreira.
“Tudo é um risco! Podemos ser traídos, pode ser manobra para calar, sofremos pedradas de lá e de cá, mas o objetivo é comum. Pessoalmente peço desculpas se a dinâmica de como acontece as coisas não consegue incluir a todos no debate, mas realmente é assim (que acontece) com as realizações mais contundentes“, disse Samir Mourad, artista plástico e fazedor de cultura.
Outra reclamação se dá por conta do cancelamento da manifestação. Dentro do grupo, há quem defende que a marcha fúnebre deveria ser mantida mesmo com a negociação favorável para o lado do setor para que mobilizações futuras não percam a credibilidade e sejam vistas como moeda de troca.
Iracy Coutinho, uma das representantes que esteve com o Governo nesta quinta-feira, afirma que o grupo optou pelo diálogo para que os editais não fossem perdidos de vez, prejudicando permanentemente os profissionais da área.
“Nossa luta continua. O diálogo veio à frente. Isso mostra que quando nos posicionamos o lado de lá, repensa e repensaram rapidamente, mas caso (o acordo) não se cumpra com a publicação do novo Edital, estaremos todos apostos para fazer o CORTEJO FÚNEBRE”, disse.
Por ora, o setor aguarda a finalização das correções e análises da Secretária de Cultura para que o novo edital seja aberto e os projetos sejam novamente submetidos.