Taboão da Serra amanheceu de luto pela perda de Rosilene da Costa Dorea, mais conhecida como Rose Dorea, articuladora cultural, educadora e integrante do Sarau da Cooperifa. Sua contribuição à cultura local, especialmente na promoção da arte periférica, é considerada inestimável.
Rose Dorea dedicou sua vida à valorização da arte afro-brasileira e à inclusão social. Integrante da Cooperifa desde 2001 ela contou em entrevista ao site Desenrola e Não me Enrola que vivenciou várias transformações e conquistas no sarau. “A Cooperifa é um lugar que muda a vida, tem vários depoimentos das pessoas falando de coisas que elas não imaginavam que poderiam fazer e estão fazendo [inspiradas pela Cooperifa]”, contou a repórter do Desenrola, Viviane Lima.
Ainda na entrevista Rose desmistificou a imagem que algumas pessoas tinham dela: “As pessoas me vêem como uma mulher brabona, que eu não sou, eu sou uma pessoa chorona, entendeu!? Acho que eu tenho muito axé, [e] sou muito protegida pelos Deuses”, contou Rose em outro trecho da reportagem.
O trabalho como produtora começou nos idos dos anos 90, Rose fez a produção de uma equipe de som, com quem trabalhou por quatro anos até passar a integrar o Sarau do poera Sergio Vaz.
A convivência com o movimento cultural marcou avida de Rose e em 2005 ela voltou a estudar para, segundo ela, entender o que era falado. Rose era dislexia, um distúrbio de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de leitura, por conta da condição parou de estudar ainda na 8° série.
Rose foi uma guerreira cultural, que lutou incansavelmente pela visibilidade e valorização da cultura periférica. Ela se considerava uma produtora cultural da rua, aprendeu na raça e ajudou a elevar o movimento literário das margens a um outro patamar.
Pioneira, Rose Dorea deixa um legado para as mulheres negras de Taboão da Serra.