04 de Novembro dia da Favela: Valorizar as favelas é reconhecer a importância dessas comunidades na construção da identidade brasileira
04 de Novembro dia da Favela: Valorizar as favelas é reconhecer a importância dessas comunidades na construção da identidade brasileira
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Nesta segunda-feira, 04, comemora-se em todo o Brasil o Dia da Favela. A data foi instituída em 2014 tem como objetivo reconhecer e valorizar a cultura e a história das favelas brasileiras, além de promover a conscientização sobre as questões sociais e os desafios enfrentados pelos seus moradores. Nos últimos anos, a sociedade civil organizada tem promovido a ampliação da visibilidade das utas, conquistas e da riqueza cultural das comunidades periféricas, buscando combater o estigma e os preconceitos que ainda cercam essas áreas.
A escolha de 4 de novembro para essa celebração refere-se à fundação do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, considerada a primeira favela do Brasil. A história da Providência começou no final do século XIX, quando soldados que lutaram na Guerra de Canudos, na Bahia, retornaram ao Rio de Janeiro e não encontraram as prometidas condições de salários, moradia e trabalho. Sem opção, esses soldados ocuparam a região próxima ao Morro da Providência, dando início à ocupação.
Na época, o Morro da Providencia era um relevo geográfico coberto por um arbusto rasteiro da espécie Cnidoscolus quercifolius, popularmente conhecido como favela. Os moradores que ali chegaram denominaram aquele espaço de Favela por conta da grande quantidade dessa planta na região.

Flor da Favela
As favelas, como território, surgiram como solução habitacional espontânea, à margem das políticas públicas, onde populações marginalizadas construíram seus próprios espaços de moradia e convivência. Porém, essas comunidades sempre enfrentaram preconceito e exclusão social, sendo frequentemente associadas à violência e à pobreza. O Dia da Favela, então, surge para afirmar que essas comunidades também são centros vibrantes de cultura, arte, empreendedorismo e coletividade.
São espaços de grande diversidade e riqueza cultural. São berços de movimentos culturais como o samba, o funk, o hip-hop, o grafitti e outras manifestações artísticas, que ganharam projeção nacional e internacional. A criatividade, a solidariedade e a resiliência são características marcantes dessas comunidades, que enfrentam diariamente desafios de infraestrutura, saúde, segurança e educação – tudo decorrente da manutenção proposital das desigualdades.
Há um interesse e até um compromisso da elite brasileira em manter as coisas como são em territórios favelizados.
Taxa de Evasão Escolar: Segundo o Censo Escolar de 2020, a taxa de evasão entre estudantes do Ensino Fundamental foi de aproximadamente 11% em áreas urbanas e pode ultrapassar 20% em favelas e comunidades periféricas.
Taxa de Desemprego: De acordo com a PNAD Contínua (IBGE), a taxa de desemprego em regiões metropolitanas era de cerca de 11%, mas em áreas de favelas, essa taxa pode ser de 25% ou mais, especialmente entre jovens.
Renda Média: A renda média mensal de trabalhadores informais em favelas é em torno de R$ 1.200, enquanto em áreas centrais e formais é cerca de R$ 2.800, de acordo com dados do DIEESE.
Informalidade: Aproximadamente 55% dos trabalhadores em favelas estão no setor informal, segundo a pesquisa “Desigualdade em Tempos de Pandemia” (2021).
Acesso à Saúde: O Datasus mostrou que cerca de 30% das pessoas que vivem em favelas não têm acesso a serviços de saúde regulares. Em comparação, essa porcentagem é inferior a 10% em áreas urbanas ricas.
Mortalidade Infantil: O IBGE apontou que a taxa de mortalidade infantil em comunidades de baixa renda é de cerca de 19,6 por mil nascidos vivos, enquanto em áreas de maior renda essa taxa é de aproximadamente 9,4.
Saúde Mental: Um estudo da Fiocruz (2021) revelou que 42% da população de favelas relatou sintomas de ansiedade ou depressão durante a pandemia.
Expectativa de Vida: A expectativa de vida média no Brasil é de cerca de 76 anos, mas em favelas, essa média pode cair para 68 anos, conforme dados do IBGE.
Diferenças Regionais: Em algumas áreas marginalizadas do Nordeste, a expectativa de vida é ainda mais baixa, chegando a 64 anos em comunidades rurais.
Ainda que as favelas sejam fonte de cultura e criatividade, os desafios enfrentados por essas comunidades são sérios e urgentes. Muitas favelas carecem de serviços básicos, como saneamento, coleta de lixo, infraestrutura de transporte e acesso à educação e saúde de qualidade. Além disso, a violência e a falta de oportunidades econômicas são realidades que afetam muitos moradores, limitando seu potencial de desenvolvimento.
A data também serve como um lembrete da importância das políticas públicas voltadas para a inclusão e melhoria das condições de vida nas favelas. Governos, ONGs e iniciativas privadas têm um papel fundamental no apoio a projetos sociais que promovam educação, segurança e oportunidades de emprego. Essas ações são essenciais para diminuir a desigualdade e garantir condições dignas para os moradores
Hoje é uma oportunidade para a sociedade como um todo refletir sobre a importância de apoiar e valorizar essas comunidades. É um convite à desconstrução de estereótipos e preconceitos, promovendo um olhar mais humano e empático para os moradores das favelas. Muitas iniciativas nesse dia incluem eventos culturais, debates, palestras e ações comunitárias, que buscam ampliar a compreensão e o respeito às favelas.
Valorizar as favelas é reconhecer a importância dessas comunidades na construção da identidade brasileira. Elas representam uma parte fundamental da diversidade social e cultural do país, sendo também centros de inovação e de organização comunitária. Em tempos de crescente discussão sobre inclusão social e combate à desigualdade, o Dia da Favela reforça o compromisso com uma sociedade mais justa, onde todos têm acesso aos mesmos direitos e oportunidades.
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