
Em agenda inédita, sociedade civil discute futuro ambiental de Taboão da Serra
Em agenda inédita, sociedade civil discute futuro ambiental de Taboão da Serra
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No próximo dia 25 de janeiro, acontece a 1ª Conferência Livre do Meio Ambiente na Unifecaf a partir das 9h. O encontro reúne representantes de entidades ligadas à defesa do meio ambiente, agentes públicos, especialistas no tema e está aberto para a participação ativa de todos os moradores maiores de 16 anos. Para participar, basta se inscrever clicando aqui.
Os principais objetivos da ação são discutir a situação ambiental da cidade, eleger um delegado (a) e um suplente e definir diretrizes em 5 diferentes eixos:
- Eixo 1: Mitigação: Redução da emissão de gases de efeito estufa;
- Eixo 2: Adaptação e preparação para desastres: prevenção de riscos e redução de perdas e danos;
- Eixo 3: Justiça Climática: Superação das desigualdades;
- Eixo 4: Transformação Ecológica: Descarbonização da economia com maior inclusão social.
- Eixo 5: Governança e Educação Ambiental: Participação e Controle Social.
Mirian Steinberg é criadora do Mamilos da Terra, uma comunidade de pesquisa e ações sobre ecofeminismo e protagonismo da Terra com Arte e Afetos, professora e musicoterapeuta com mestrado em Artes pela UNESP e pesquisadora de projetos socioambientais artísticos e culturais, ela explica que as Conferências Livres são espaços deliberativos que tomam decisões junto às Conferências Estaduais e, neste caso, junto à 5ª Conferência Nacional Do Meio Ambiente — Emergência Climática: o desafio da transformação ecológica, cuja etapa nacional acontece entre os dias 06 e 09 de maio.
“Os benefícios da conferência (em Taboão da Serra) são: trazer conscientização ambiental, participação popular, sensibilização ao tema, pressionar o poder publico a implantar politicas publicas e executar as ações que já deveriam estar sendo feitas, porque se já estivessem sendo feitas teríamos evitado muitos problemas e crimes ambientais na cidade, além de prevenir os desastres que estarão cada vez mais intensos e contínuos, disse.
No mesmo dia 25 de janeiro, acontece outra Conferencia do Meio Ambiente em Itapecerica da Serra, onde estarão reunidos representantes de Itapecerica da Serra, Embu das Artes, Embu Guaçu, Juquitiba e São Lourenço. Perguntei porque Taboão da Serra fará um evento separado do grupo sendo que todos pertencem ao Consórcio Intermunicipal da Região Sudoeste da Grande São Paulo – Conisud.
Em resposta Mirian me disse que estão iniciando uma primeira organização socioambiental em Taboão fortalecendo a Primeira Conferência Livre Municipal chamada por iniciativa da sociedade civil e que posteriormente ampliarão as fronteiras com os municípios vizinhos inclusive trabalhando para a criação de corredores verdes e parques intermunicipais e estaduais.
A articulação para realizar a conferência em Taboão começou quando o projeto Mamilos da Terra foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura do Taboão da Serra com o chamado Corpo Terra & Mãos no Barro, executado no CCE – Centro de Cultura e Esportes no Jardim das Margaridas.
O projeto promoveu rodas de conversas entre os frequentadores do CCE, com objetivo de resgatar histórias da construção dos bairros, a relação da comunidade com a natureza e promover o senso de pertencimento e participação popular no território por meio do conhecimento popular ancestral.
“Observamos que a maioria dos moradores de Taboão da Serra tem em suas histórias de vida uma forte relação com a agricultura, pois migraram de diferentes regiões rurais do país, norte, nordeste, minas gerais“, conta.
Ao constatar essa realidade, o grupo pautou a necessidade de facilitar o desenvolvimento de áreas verdes e da preservação daquelas que existem hoje. Os participantes do projeto lastimaram muito a perda de um importante polo histórico e ambiental da cidade: a cachoeira do Laguna. A população chegou a alertar a sociedade e o poder público sobre as condições da cachoeira como mostra esse vídeo publicado pelo jornal O grito em 15 de julho de 2020.
“Por meio do apoio federal, realizamos atividades de conscientização como as caminhadas no bairro Laguna, onde presenciamos desde a poda irregular de árvores até algumas nascentes soterradas e destruídas por cercas e grades de empresas privadas presentes na região” contou.
A partir de atividades como essa, Miriam trouxe para a cidade um núcleo do Fórum Popular da Natureza ligado à cidade de São Paulo, desenvolvido ao lado da Dra. Marina de Sousa Lima Araújo, Presidente da Comissão de Direito Urbanístico da OAB e Conselheira na habitação e desenvolvimento urbanístico.
Outros projetos e instituições se uniram ao núcleo, como o Cajec, Vitoriosos da Quebrada, Fundação GIBI, União das ONGs, CSA, Move Limp, Gerando Frutos, casa da criança adolescente, Angela Maria do Vale, do Instituto Cultural e Desenvolvimento Humanista, entre outros.
Em relação à situação ambiental na cidade, Miriam alerta que a gestão anterior fez diagnósticos e consultorias de habitação e de meio ambiente, mas que a sociedade não teve acesso ao resultado do levantamento. O grupo busca apoio da nova gestão e já conversou com alguns vereadores eleitos e secretários municipais.
“Esperamos que a Conferência tenha uma boa adesão da sociedade. Nenhuma árvore a menos e nenhum tijolo e cimento a mais na cidade é a única forma de prevenção dos desastres na cidade mais adensada da América Latina“, disse.
Saiba mais sobre o Mamilos da Terra aqui.
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