Em 1992, um grupo motivado em reverter os dados alarmantes de violência e desigualdade que atingiam a população negra, se reuniu e criou o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas em Santo Domingo, na República Dominicana.
O objetivo do evento era gerar debates, discussões e iniciativas para combater as mazelas que atingiam a população negra sobretudo as mulheres.
Assim, nasceu a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas, que junto a ONU lutou para que o dia 25 de julho fosse instituído como Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
Aqui no Brasil, o 25 de julho também reverencia a trajetória de Tereza de Benguela.
Tereza assumiu a liderança do Quilombo do Piolho – um dos maiores territórios quilombolas do Mato Grosso, após o assassinato de seu marido, José Piolho, em meados do ano 1750. O local abrigava mais de cem pessoas entre ex-escravizados e indígenas que encontraram naquele lugar um espaço de dignidade humana.
Tereza resistiu por anos no local. Gerenciou as atividades econômicas, administrativas e politicas do território e logo ficou conhecida como “Rainha Tereza” por sua força, coragem, resiliência e determinação.
Desde então se tornou um símbolo da luta contra o regime escravocrata da época e da luta antirracista atual.
Não há registro oficial de sua morte, mas historiadores suspeitam que ela possa ter se suicidado depois de ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso.
Celebrar nossas mulheres negras hoje é celebrar, validar e reconhecer a luta de todas as mulheres negras que vieram antes e foram pioneiras nas lutas que hoje encabeçamos.